A proposta de paz apresentada por Donald Trump para encerrar o conflito na Faixa de Gaza representa mais do que um plano diplomático: é uma oportunidade histórica para salvar vidas palestinas e abrir caminho para uma governança racional e pacífica. Com Israel já tendo aceitado os termos, o destino da região está agora nas mãos do grupo terrorista Hamas. A pergunta que paira é simples e urgente: o Hamas está disposto a abandonar o caminho da destruição e escolher a vida?
O plano, que inclui a libertação de reféns e prisioneiros, a criação de um comitê de tecnocratas palestinos e especialistas internacionais para governar Gaza, e a supervisão de ajuda humanitária pela ONU e pelo Crescente Vermelho, é equilibrado e pragmático. Mais ainda, é generoso. A presidência do Conselho da Paz por Trump garante que os interesses de segurança e estabilidade não serão negligenciados. E, como bem apontou a colunista Vilma Gryzinski, o apoio de 71% dos israelenses ao plano (chegando a 93% entre cidadãos árabes israelenses) mostra que há um clamor real por paz.
O Hamas, por sua vez, diz estar “estudando” a proposta. Mas o tempo corre. O prazo de 72 horas para libertar os reféns é mais do que uma exigência: é um teste moral. Se o grupo realmente se preocupa com o povo palestino, como afirma em sua retórica, então não há justificativa para manter civis em cativeiro. A recusa em aceitar o plano só reforçaria sua natureza terrorista e sua dependência de regimes autoritários como o de Vladimir Putin, que há anos alimenta conflitos e instabilidade no Oriente Médio.
A esquerda internacional, sempre pronta a relativizar o terrorismo quando este se disfarça de resistência, já começa a questionar os termos do acordo. Alegam falta de garantias, como se fosse possível negociar com um grupo que transmite atrocidades ao vivo e que há décadas sabota qualquer tentativa de paz. A verdade é que o plano de Trump e Netanyahu é o melhor acordo possível (e talvez o único viável) para uma região exausta de guerra. Como disse Gryzinski, Netanyahu pode emergir como o “primeiro-ministro da paz” após ter sido o “primeiro-ministro da guerra”.
Não há espaço para ingenuidade. Se o Hamas rejeitar o plano, Trump já deixou claro que os Estados Unidos apoiarão medidas militares para eliminar o grupo de forma definitiva. E isso não é belicismo: é responsabilidade. A paz exige coragem, mas também exige que se enfrente o mal com firmeza. O mundo democrático não pode continuar refém de organizações que usam civis como escudos e que sabotam qualquer avanço civilizatório.
A proposta também abre caminho para o reconhecimento do Estado da Palestina, desde que este seja governado por líderes comprometidos com a paz e não com a jihad. É hora de romper com o ciclo vicioso de regimes extremistas que mantêm populações inteiras na miséria e no medo. Embora o Hamas não seja comunista, sua estrutura teocrática e repressiva compartilha traços com ditaduras que sufocam liberdades civis, como as que vemos em Moscou, Caracas, Havana ou em outros regimes marxistas decadentes. O modelo do Hamas, baseado na violência, na censura e na perseguição, é incompatível com qualquer projeto de Estado moderno e democrático.
Gaza tem diante de si uma chance de ouro. A aceitação do plano pode significar o início de uma nova era: uma era de reconstrução, dignidade e esperança. Mas tudo depende do Hamas. E se o grupo escolher o caminho da rejeição, que não se diga que o mundo não tentou, e a história será implacável com quem desperdiçar essa oportunidade.












