O ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) voltou a ser elegível após a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou suas condenações na operação Lava Jato. A decisão, publicada na segunda-feira (28), estende a Dirceu os efeitos da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, já declarada em processos contra Lula da Silva (PT). Dessa forma, Dirceu, que havia perdido os direitos políticos por condenações passadas, agora pode concorrer nas eleições de 2026.
Ainda que não tenha confirmado planos eleitorais, aliados de Dirceu já defendem sua candidatura para a Câmara dos Deputados nas próximas eleições. Em abril, durante uma visita ao Congresso Nacional, o ex-ministro evitou definir uma possível candidatura, afirmando que apenas consideraria o tema em 2025. Na ocasião, Dirceu declarou: “Quando começar a virar 2025 para 2026, aí vou enfrentar essa questão, se devo ou não ser candidato a algum cargo eletivo, no caso no Congresso”.
A decisão do STF, além de extinguir as condenações de Dirceu na Lava Jato, abrange atos processuais anteriores confirmados por instâncias superiores como o STJ. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi contrário ao pedido da defesa, apontando falta de conexão direta entre os processos de Dirceu e Lula. Já o ex-juiz Sergio Moro, agora senador, criticou a decisão e disse que o combate à corrupção “foi esvaziado no Brasil sob a bênção do governo Lula”.