A indústria de construção e peças industriais será impactada diretamente pelo novo aumento de impostos sobre produtos de ferro e aço, anunciado nesta quinta-feira (17) pelo governo Lula (PT). O Comitê Executivo de Gestão (Gecex), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) chefiado pelo vice presidente Geraldo Alckmin (PSB), decidiu elevar a alíquota de importação de 11 produtos do setor para 25%. O ajuste atende a uma demanda do Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos (Sicetel), que justificou o aumento como necessário para proteger a indústria nacional da concorrência estrangeira.
Além dos produtos de ferro e aço, cabos e fibras ópticas também terão aumentos, com tarifas subindo de 11,2% e 9,6%, respectivamente, para 35%. Em contrapartida, houve reduções nas tarifas de motores elétricos, fios de poliéster e acrilonitrila, que tiveram seus impostos de importação zerados, visando facilitar o acesso a insumos sem produção nacional ou com oferta insuficiente no mercado interno. Segundo o Mdic, a medida visa equilibrar a proteção da indústria local com a necessidade de importação de itens críticos.
Outro ponto importante foi a aplicação de sobretaxas antidumping a produtos importados da China, como nebulizadores e luvas não-cirúrgicas, em um esforço para conter a prática de preços desleais. Segundo analistas do setor, “o aumento nas tarifas sobre ferro e aço certamente elevará os custos da construção civil e da produção industrial”, o que pode repercutir nos preços finais de diversos setores da economia.