Após oito anos de um governo “nacional-conservador” do partido Lei e Justiça (PiS, por seu nome em polonês), a Polônia presenciou a derrota do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki em uma votação de falta de confiança, modalidade dos sistemas parlamentários.
A votação, que aconteceu no Sejm (parlamento polonês) foi de 266 votos contra Morawiecki perante 190 favoráveis, na Câmara de 460 assentos. O governo conservador então cedeu, abrindo caminho para o centrista Donald Tusk, ex-líder da UE e alinhado com o progressismo europeu, assumir o cargo de primeiro-ministro.
Szymon Holownia, “marechal” do parlamento (semelhante ao porta-voz), alinhado com Tusk, assumiu o cargo de presidente do parlamento. Morawiecki convocou em dias anteriores a diferentes partidos para formar um novo governo mas foi rejeitado.
Nem foi formalizada a posse do Tusk, e o progressismo no parlamento polonês que será parte importante do novo governo já anunciou dois projetos para liberalizar o aborto; um deles, introduziria a modalidade de “aborto sob demanda”, dando uma virada de 180 graus às políticas do governo PiS. Além disso, os dois projetos estariam indo contra a vontade da população que, segundo a pesquisadora Pew Research, 51% dela é contra o aborto.
Tusk já adiantou vários nomes de quem formaria seu eventual governo, iniciando uma fase progressista na política polonesa.