O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu um alerta sobre o potencial de desastres naturais no Rio Grande do Sul, uma semana antes da tragédia. O destaque foi para a falta de resiliência na gestão de Porto Alegre em relação às estruturas hidráulicas, especialmente o desligamento das bombas de sucção após os temporais recentes.
Além de antecipar o risco iminente de desastres naturais, o comunicado do Cemaden expôs as fragilidades estruturais que exacerbaram a situação. Porto Alegre, historicamente vulnerável a enchentes, enfrenta um sistema de contenção de cheias precário e desatualizado. Brechas nas comportas, casos de roubo de motores e a falta de manutenção comprometem a eficácia do sistema, incapaz de lidar com as intensas chuvas recentes.
Jorge Barbarotto, hidrólogo do Cemaden, prevê um aumento contínuo no nível do lago do Guaíba devido às chuvas nas bacias dos rios Taquari e Caí, conforme reportagem do Poder360. Por outro lado, o professor Fernando Dornelles, da UFRGS, destacou a ineficiência das comportas em conter a água, enfatizando a urgência de um sistema autônomo e hermético. Ele afirmou: “As comportas não são 100% vedadas. Há frestas que permitem a entrada de água. E uma das provas é o uso dos sacos de areia. Essas estruturas deveriam ser autônomas e herméticas”.