O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, expressou preocupações quanto à queda nos depósitos em poupança, o que poderia afetar o financiamento habitacional a partir de 2025. Em um comunicado nesta quarta-feira (28), Vieira alertou para a necessidade premente de discutir alternativas para mitigar esse problema. Ele destacou que a concorrência dos novos produtos de investimento, inclusive para pessoas de baixa renda, está diminuindo a atratividade da caderneta de poupança para os investidores, colocando em xeque a capacidade de financiamento habitacional da instituição.
Com cerca de 70% do mercado na oferta de crédito para financiamento de habitação, a Caixa está particularmente preocupada com essa questão, considerando-a como um dos pilares fundamentais de suas operações. Vieira ressaltou a necessidade urgente de modernizar a estrutura de financiamento habitacional, que permanece inalterada desde a década de 1970, a fim de adequá-la aos desafios e demandas atuais do mercado.
Dentre as soluções levantadas para enfrentar essa situação, está a revisão da parcela parada em depósitos compulsórios do Banco Central, conforme adiantado pela vice-presidente de Habitação, Inês Magalhães, à Folha de S.Paulo. A liberação de uma parcela desses recursos poderia injetar bilhões na capacidade da Caixa de financiar a compra da casa própria. Contudo, diante do contexto econômico atual, inclusive com a taxa básica Selic em 11,25%, o presidente da Caixa expressou cautela quanto à eficácia dessas medidas, ressaltando a importância de uma abordagem estratégica e equilibrada para garantir a estabilidade do mercado habitacional.