Entraram em vigor nesta quarta-feira (6), às 1h01 (horário de Brasília), as novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. A medida, determinada por Donald Trump, aplica uma taxa total de 50%, composta por 10% de alíquota base e um adicional de 40%, sobre grande parte dos produtos brasileiros. A decisão é vista como resposta à falta de diálogo entre os dois países, agravada por questões políticas internas no Brasil, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF e ações judiciais contra redes sociais consideradas pelo mundo livre como censura.
Segundo Trump, as tarifas visam responder a “barreiras comerciais excessivas” impostas pelo Brasil, alegando, que os EUA sofrem déficits comerciais com o país. A carta enviada a Lula (PT) em julho acusa o Brasil de ser “ameaça à segurança nacional” e condena o tratamento dado a Bolsonaro, que o republicano chamou de “vergonha internacional” e comparou a uma “caça às bruxas”. Ainda assim, 694 produtos brasileiros foram excluídos da tarifa extra de 40% e terão apenas a taxa de 10%, entre eles itens estratégicos como peças de avião e suco de laranja.
O governo Lula responsabilizou Bolsonaro pela crise, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmando que a “família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil”. Até agora, o Planalto não apresentou contramedidas concretas e acionou a OMC, embora o órgão de apelação esteja travado desde 2019. Enquanto isso, setores produtivos estimam prejuízo de R$ 25,8 bilhões no PIB brasileiro e risco de perda de até 146 mil empregos em dois anos, enquanto o Itamaraty promete resposta oficial apenas para 18 de agosto, sem colocar na mesa a solução das causas profundas da crise mencionadas por Trump.