O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), mudou sua postura e criticou abertamente o regime venezuelano de Nicolás Maduro, afirmando que “um regime que persegue opositor, que faz eleição sem transparência, para mim não é democrático”. Em entrevista ao telejornal SP1, da TV Globo, Boulos classificou a Venezuela como uma ditadura, algo que até então evitava fazer. A nova posição marca um distanciamento das falas anteriores de Boulos, que, até recentemente, se alinhava ao discurso de Lula e do Itamaraty sobre o tema.
Essa mudança no discurso de Boulos ocorre em meio à sua campanha para a Prefeitura de São Paulo, na qual ele também reconheceu “fortes indícios de fraude” nas últimas eleições venezuelanas, afirmando que o governo de Maduro não é legítimo. Em 2018, Boulos chegou a dizer que a Venezuela não era uma ditadura, mas ao longo de sua atual campanha, o tom de suas críticas ao regime venezuelano foi intensificado, o que reflete um ajuste em sua estratégia política.
Apesar das críticas ao governo de Maduro, Boulos evitou comentar sobre questões internas no Brasil, como a perseguição a opositores bolsonaristas e restrições à liberdade de expressão. O candidato ainda cobrou um posicionamento de seus adversários em relação à situação no Brasil, afirmando: “Seria importante que meus adversários tivessem tido a mesma preocupação com a democracia no Brasil que têm com a Venezuela”.