O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou na quarta-feira (17) que a instituição não realiza intervenções no mercado de câmbio quando os agentes econômicos precificam o risco de investir no Brasil. A afirmação foi feita em uma reunião com investidores em Washington, nos Estados Unidos, um dia após o dólar alcançar o valor de R$ 5,268, seu maior patamar desde março de 2023.
Campos Neto ressaltou que a intervenção no câmbio é utilizada em situações específicas, como disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou má interpretação dos investidores. Ele explicou: “Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge (instrumento de proteção) do prêmio de risco no Brasil.”
O presidente do Banco Central atribuiu parte do estresse no mercado financeiro à piora do cenário externo e outra parcela à questão fiscal doméstica. Ele mencionou a revisão na trajetória das contas públicas proposta pelo Governo Federal, reduzindo a meta fiscal de 2025 para zero, o que gera preocupações no mercado financeiro. Campos Neto afirmou que a autoridade monetária fará o necessário para levar as expectativas de inflação em direção às metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional.