O senador Eduardo Girão (Novo-CE) conseguiu reunir 33 assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar o Banco Master. O requerimento será protocolado ainda nesta quinta-feira (27) e aguarda apenas a leitura pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que a comissão seja oficialmente aberta. Segundo Girão, o prazo recorde para recolhimento das assinaturas demonstra a relevância do tema e a disposição dos parlamentares em apurar suspeitas de fraudes bilionárias envolvendo a instituição financeira.
O parlamentar destacou que esta não é a primeira tentativa de investigar operações relacionadas ao Banco Master, especialmente a compra da instituição pelo BRB. Em abril, uma proposta semelhante foi retirada antes de avançar, mas Girão afirma que desta vez o processo seguirá até o fim. Ele ressaltou a necessidade de esclarecer possíveis vínculos políticos e entender movimentações suspeitas, como o uso de jatinhos em viagens ligadas ao caso. Para o senador, a CPI é um “dever moral” do Senado diante das denúncias que envolvem recursos de milhares de brasileiros.
O colapso do Banco Master já vinha sendo observado pelo mercado antes da intervenção da Polícia Federal e da liquidação determinada pelo Banco Central. Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) oferecidos pela instituição chamaram atenção por prometer rentabilidade muito acima da média, chegando a 140% do CDI, enquanto bancos médios saudáveis costumam oferecer entre 110% e 120%. Esse comportamento atípico reforçou os sinais de alerta sobre a operação, em um cenário em que o volume de CDBs no país cresceu 36% desde 2024, ultrapassando R$ 1,1 trilhão. A CPI pode revelar detalhes sobre a participação de políticos e autoridades em negócios com a diretoria do banco.
