O vice-chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Christopher Landau, classificou como “provocativa e desnecessária” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou neste sábado a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Landau, os EUA estão “profundamente preocupados” com o que chamou de ataque à estabilidade política do Brasil. O diplomata reforçou que Moraes é considerado “violador de direitos humanos sancionado” pela Lei Magnitsky, e que sua atuação expôs o STF ao descrédito internacional.
A decisão de Moraes foi baseada na suposta violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro pouco após a meia-noite e na convocação de uma vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio do ex-presidente. O magistrado alegou risco de fuga e afirmou não haver condições para manter a prisão domiciliar. A publicação de Landau, compartilhada pelo perfil da Embaixada dos EUA no Brasil, destacou que “não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não conhece limites para o seu poder”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também comentou o episódio ao ser questionado por jornalistas. Inicialmente confuso sobre a pergunta, afirmou que a prisão de Bolsonaro “é uma pena”. Trump já havia demonstrado apoio ao líder da direita em encontro realizado em outubro, na Malásia, quando elogiou sua postura diante de Lula. Na quinta-feira (14), Trump assinou decreto retirando tarifas de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros, medida que o Governo Federal tentou atribuir à diplomacia de Lula, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) minimizou a atuação do Itamaraty e apontou fatores internos dos EUA como determinantes.










