Em meio às crescentes tensões geopolíticas e à incerteza sobre a segurança europeia, uma importante representante alemã no Parlamento Europeu, Katarina Barley, sugeriu que a União Europeia (UE) deveria considerar o desenvolvimento de seu próprio arsenal nuclear como parte de sua trajetória em direção a uma “exército europeu”.
Barley, líder do Partido Social-Democrata (SPD) alemão no Parlamento Europeu, fez esses comentários em resposta à agressão russa no leste da Europa e às recentes declarações do presidente Trump sobre a necessidade de a Europa aumentar sua própria defesa, em linha com os requisitos do tratado da OTAN.
Em entrevista à mídia alemã, Barley argumentou que a certeza do “guarda-chuva nuclear” dos EUA para a Europa está diminuindo e que armas nucleares para a União Europeia “também poderiam se tornar uma questão no caminho para um exército europeu”.
Ela destacou a crescente preocupação com os interesses russos na Polônia e Lituânia, enfatizando a necessidade de vigilância e preparo na região.
Atualmente, após a saída do Reino Unido da UE, a França é o único país da União Europeia com armas nucleares. Outros estados europeus, como Bélgica, Alemanha, Itália e Holanda, participam do programa de compartilhamento nuclear da OTAN, hospedando armas nucleares dos EUA em seus territórios.
No entanto, a proposta de expandir o arsenal nuclear para mais estados europeus enfrenta desafios legais e políticos significativos, especialmente à luz do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares de 1968, que proíbe expressamente essa ação.