Funcionários do Metrô de São Paulo, em conjunto com grupos de estudantes da Universidade de São Paulo (USP), estão atualmente envolvidos em uma greve que adquire dimensões políticas e ideológicas. O motivo central desse protesto é a oposição ao plano de concessão das empresas de transporte público e saneamento do estado, uma proposta apresentada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que contempla a privatização das operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô de São Paulo e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Os grevistas optaram por vestir uniformes vermelhos e incorporaram uma adaptação do logotipo do Metrô com um punho cerrado erguido no ar, símbolos que são frequentemente associados a movimentos de esquerda, destacando claramente a natureza política do protesto. Um dos porta-vozes da greve no Metrô enfatizou que a luta é contra o bolsonarismo e ao plano de privatizações promovido pelo governador.
Os efeitos da greve têm se refletido negativamente nas operações das empresas de transporte público e nos serviços essenciais. Escolas permanecem fechadas, hospitais têm adiado atendimentos, o que representa uma restrição ao direito de ir e vir, e ao acesso à saúde e educação por parte dos cidadãos.
Mesmo sendo considerada ilegal pelo governo estadual, a greve foi adotada por organizações sindicais que representam parte dos trabalhadores dessas empresas. Isso ocorreu a despeito de uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, que determinou que os serviços do Metrô e da CPTM devem ser mantidos em 100% nos horários de pico e em 80% nos demais períodos durante a greve, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.