O Supremo Tribunal Federal (STF) estuda novas medidas contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após declarações de autoridades americanas indicarem possíveis sanções a ministros da Corte, como Alexandre de Moraes. A ofensiva interna ocorre após Eduardo utilizar a repercussão internacional para criticar o julgamento contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no caso da suposta tentativa de golpe de Estado. A maioria dos ministros demonstrou apoio à abertura de inquérito por coação contra o deputado licenciado, que, segundo o procurador-geral da República, teria atuado publicamente para intimidar e dificultar o andamento do processo.
Dentro do STF, a percepção é de que Eduardo serve como uma peça estratégica de grandes plataformas digitais, que temem uma decisão desfavorável da Corte quanto à responsabilização por conteúdos nocivos. Para ministros, o parlamentar estaria sendo usado para descredibilizar o tribunal. Um dos processos em andamento no Supremo analisa a constitucionalidade de dispositivos que limitam a responsabilização das big techs.
A crítica também se estende ao Itamaraty, acusado de omissão diante da fala do secretário Marco Rubio sobre sanções. Integrantes do STF esperavam uma resposta diplomática firme, mas foram informados de que o governo optou por uma postura discreta. Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro se defendeu nas redes: “Há um PGR agindo politicamente. […] No Brasil, há um Estado de exceção, a ‘justiça’ depende do cliente”.