O governo da Argentina oficializou nesta segunda-feira (26) sua saída da Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando que a entidade não apresenta soluções eficazes para desafios sanitários globais. Em comunicado, o Ministério da Saúde argentino afirmou que as diretrizes da OMS “não estão baseadas em ciência, mas em interesses políticos e estruturas burocráticas”. A decisão ocorre meses após os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, também abandonarem o órgão. Ambos os países justificam a medida com base na busca por soberania sanitária e maior responsabilidade com os recursos públicos.
Entre as ações anunciadas pelo governo de Javier Milei está uma ampla revisão do sistema nacional de saúde, incluindo a exigência de que vacinas sejam submetidas a estudos clínicos com grupo placebo. A mudança, segundo o ministério, visa reforçar a segurança dos pacientes e corrigir práticas adotadas durante emergências sanitárias anteriores, como no caso da COVID-19. “Um exemplo claro dessa necessidade é a vacina contra a COVID-19, aplicada sem grupo de controle e sob condições de aprovação excepcionais”, pontuou a pasta.
O plano também prevê a revisão da estrutura de órgãos públicos de saúde, da autorização para medicamentos de alto custo e do uso de aditivos alimentares sintéticos. A aproximação com os EUA se intensificou após a visita do secretário de Saúde norte-americano, Robert Kennedy Jr., alinhado a Milei no discurso por maior rigor científico e menos interferência estatal. Segundo o jornal La Nación, o governo argentino ainda ressaltou o custo elevado de manter vínculos com a OMS — estimado em US$ 10 milhões anuais — como mais um fator para a ruptura.












