Nos primeiros três meses de 2024, os Correios registraram um prejuízo expressivo, que pode chegar a R$ 800 milhões, conforme apurado pelo Correio Braziliense. Fontes internas que preferiram não se identificar afirmaram que a gestão da empresa colocou esses dados em sigilo, escondendo a real situação financeira. Esse rombo financeiro acontece em um momento de alta demanda por compras internacionais, sugerindo que a má gestão pode ser a principal causa do déficit. A empresa já havia fechado o ano de 2023 com um prejuízo de R$ 597 milhões, apesar de ter melhorado 22% em comparação a 2022.
Os Correios justificaram o sigilo dos resultados econômicos-financeiros dos primeiros três meses deste ano pela não aprovação do balanço pelo Conselho de Administração. A empresa assegurou que os dados serão publicados no site assim que forem aprovados e declarou que espera um lucro de R$ 150 milhões em 2024. “Historicamente, os indicadores no primeiro trimestre são mais baixos e aumentam no decorrer do ano. A empresa trabalha com a previsão de lucro na ordem de R$ 150 milhões para 2024”, explicou a instituição em nota oficial. No ano anterior, houve um aumento de R$ 836 milhões na receita gerada pela venda de produtos e serviços.
Além dos problemas financeiros, a gestão atual dos Correios tem investido em patrocínios controversos que, segundo informações internas, não se alinham com a estratégia de crescimento da empresa. Um exemplo é o patrocínio de um festival cultural em São Paulo, que inicialmente seria de R$ 2 milhões, mas foi elevado para R$ 6 milhões, com esses dados também mantidos em sigilo.