A crise envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o Banco Master alcançou novo patamar com a defesa da abertura de uma CPI feita pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O parlamentar argumenta que a investigação é necessária diante de indícios de contratos milionários envolvendo o escritório da esposa de Moraes e possíveis interferências em favor de clientes ligados ao banco. A proposta de CPI surge como alternativa viável, já que pedidos de impeachment contra ministros do Supremo raramente prosperam por dependerem de decisão unilateral da presidência do Senado.
Vieira destacou que a apuração buscaria esclarecer se houve pagamento de R$ 3,6 milhões ao escritório de Viviane Barci de Moraes sem contrapartida proporcional, além de verificar se o ministro teria atuado diretamente em benefício de um cliente da banca. O senador relembrou que já havia protocolado pedidos de impeachment contra Moraes e Dias Toffoli em 2019, mas reforçou que a CPI, por ser um direito da minoria parlamentar, tem maior chance de avançar. Ele também criticou o que chamou de “promiscuidade” entre política, advocacia e empresários, citando práticas como “enriquecimento absurdo” e viagens em jatinhos de investigados.
Enquanto isso, o decano do STF, Gilmar Mendes, saiu em defesa de Moraes, afirmando ter “absoluta confiança” no colega e minimizando episódios como o voo compartilhado por Dias Toffoli com advogados investigados. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, Moraes teria feito ao menos quatro contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para pressionar em favor do Banco Master, incluindo reuniões presenciais. As informações foram confirmadas por seis fontes ligadas ao BC, reforçando a necessidade de apuração parlamentar sobre o caso.













