O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), expressou sua preocupação com as “saidinhas” de presidiários após um policial militar ser baleado em Belo Horizonte durante uma ação policial. O sargento Roger Dias da Cunha foi atingido por um foragido da Justiça que não retornou ao presídio após a concessão do benefício. Zema criticou as leis consideradas ultrapassadas que permitem a liberação de detentos com histórico violento, ressaltando que a insegurança resultante afeta todos os brasileiros.
No Rio de Janeiro, um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) mostrou que, dos 253 presos que não retornaram após a “saidinha” de Natal, três são considerados de altíssima periculosidade, enquanto outros 57 são de alta periculosidade. O documento, enviado ao deputado Márcio Gualberto (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), revela que 82 foragidos não têm classificação de risco informada, destacando líderes do tráfico entre os foragidos.
Em outros estados, a situação não é diferente, tendo como exemplo que em São Paulo, mais de 90 detentos não retornaram da “saidinha” de fim de ano na região de Sorocaba, levantando questões sobre a efetividade da Lei de Execução Penal. Em Sergipe, dos 682 detentos beneficiados com a “saidinha” de Natal e Ano Novo, 80 ainda não retornaram ao sistema prisional. O Projeto de Lei que busca abolir completamente as “saidinhas” está parado na Comissão de Segurança Pública do Senado, mesmo após aprovação na Câmara dos Deputados em agosto de 2022. O relator e hoje secretário de Segurança Pública de SP, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), argumenta que a medida é necessária, considerando que muitos condenados cometem novos crimes durante o benefício, levantando dúvidas sobre a eficácia desse sistema.