Em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos na semana passada, o Papa Francisco expressou sua preocupação com a suposta presença de homossexuais nos seminários católicos, segundo informaram meios de comunicação locais. Durante a reunião, o pontífice utilizou um termo italiano depreciativo para se referir à homossexualidade, o que provocou uma considerável polêmica.
O Papa, que em 2013 surpreendeu o mundo com sua famosa frase “Quem sou eu para julgar?” ao se referir a um monsenhor homossexual que tentava viver uma vida casta, tem sido um crítico aberto da presença de gays no sacerdócio. Em 2018, Francisco insistiu que minimizar a gravidade da homossexualidade é um erro e afirmou que os homossexuais não têm lugar no sacerdócio.
O pontífice reiterou que “pessoas com essa tendência arraigada não devem ser aceitas no ministério ou na vida consagrada. O ministério ou a vida consagrada não é o seu lugar”.
Durante a reunião de 20 de maio, o Papa, de 87 anos, criticou duramente a presença de homossexuais nos seminários, afirmando que já havia muita “frociaggine” em alguns deles, uma palavra italiana ofensiva que se traduz como “viadagem”. Segundo relatos, o Papa acrescentou que os bispos devem “tirar todos os maricas (checche) do seminário, mesmo aqueles que estão apenas parcialmente orientados”.
Diante da indignação gerada pelas palavras do Papa, na terça-feira (28), o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, declarou que o Papa “nunca teve a intenção de ofender nem de se expressar em termos homofóbicos, e estende suas desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo que foi relatado por outros”.