O presidente Lula (PT) se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em um encontro que durou pouco mais de uma hora. O diálogo, ocorrido em Nova York, marca o primeiro encontro presencial entre os líderes após meses de opiniões divergentes sobre o conflito na Ucrânia.
Sem se posicionar, Lula da Silva não se pronunciou contra o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, mantendo a postura de neutralidade que o Brasil, juntamente com países como a Índia e a China, tem adotado publicamente em relação a este conflito.
Nas redes sociais, Lula descreveu a reunião como uma “boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”. Enquanto isso, Zelensky classificou o encontro como “importante” e “honesto”, instruindo suas equipes diplomáticas a trabalhar nos próximos passos nas relações bilaterais e nos esforços de paz.
O relacionamento anterior entre Lula e Zelensky teve seus impasses, com declarações polêmicas do presidente ucraniano sobre o chefe do Executivo brasileiro e o presidente russo, Vladimir Putin. No entanto, este encontro parece marcar uma tentativa de cooperação.
A reunião ocorreu em meio às atividades dos líderes na Assembleia Geral da ONU, onde ambos discursaram na terça-feira. Antes do encontro, Lula afirmou que foi o presidente ucraniano quem pediu a reunião bilateral, e que estava disposto a escutar os argumentos de Zelensky. O ministro das relações exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, descreveu o encontro como “amigável e sincero”, destacando que ambos os países compartilharam suas posições sobre o conflito no leste europeu. Durante a coletiva, o chanceler cometeu um lapso ao trocar o nome de Lula. “Nós agradecemos a decisão do presidente Putin, presidente Lula, de que seu representante, seu conselheiro de segurança internacional irá continuar atuando na coordenação dos encontros”.
Além de Lula, o presidente do Chile, Gabriel Boric, também se reuniu com Zelensky. Num posicionamento crítico à Rússia, Boric propôs um encontro entre países latino-americanos e Ucrânia, tirando o protagonismo do brasileiro quanto à questão.