Sanae Takaichi, uma política veterana, foi eleita pelo Parlamento nesta terça-feira (21) como a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão. Aos 64 anos, a conservadora, conhecida por sua persistência — conquistou a liderança do Partido Liberal Democrata (PLD) após três tentativas. Takaichi é fã de heavy metal e toca bateria para aliviar o estresse. Ela rompe uma barreira histórica no cenário político japonês, tradicionalmente dominado por homens mais velhos. Sua eleição sinaliza a manutenção de uma forte agenda conservadora dentro do partido governista.
Agenda nacionalista e aspiração à figura de Thatcher
Sem vir de uma dinastia política, Takaichi construiu sua carreira pautada em ideais nacionalistas. Membro ativo do grupo ultranacionalista Nippon Kaigi, ela defende a revisão do Artigo 9 da Constituição pacifista e a promoção de uma educação patriótica. Sua trajetória política, que incluiu uma passagem como deputada independente e experiência como comentarista de TV com um estilo “nada convencional”, sempre foi guiada pela ambição de se tornar a Margaret Thatcher do Japão. Ela ingressou no PLD em 1996 e ascendeu por diversos cargos ministeriais, sendo mais recentemente ministra da Segurança Econômica.
“Sanaenomics” e relações externas sob pressão
A nova líder herda um rol complexo de desafios, incluindo a crise demográfica — com a queda na natalidade e o envelhecimento populacional — e pressões econômicas como a inflação elevada e a desvalorização do iene. Sua resposta a esses problemas é a “Sanaenomics”, que propõe vastos gastos públicos, ecoando as políticas de seu mentor Shinzo Abe, mas que pode intensificar as preocupações com a dívida nacional. No plano externo, espera-se que Takaichi siga o manual diplomático de Abe, buscando boas relações com Washington, embora tenha manifestado a possibilidade de revisitar o acordo de investimento de US$ 550 bilhões com os EUA e defenda um aumento substancial no orçamento de defesa.











