A diplomacia brasileira arrumou uma desculpa fraca para não se posicionar contra Nicolás Maduro durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR). Enquanto a Argentina de Javier Milei liderava a iniciativa de exigir a “restauração da democracia” na Venezuela, o governo Lula se recusou a assinar o comunicado alegando que o texto não incluía críticas à presença de militares estrangeiros no Caribe. A decisão isolou o país dentro do bloco e reforçou a percepção de que o petista evita confrontar diretamente o regime ditatorial venezuelano.
A pressão dos governos vizinhos cresceu diante da crise humanitária e das denúncias de violações de direitos humanos sob o comando de Maduro. O documento elaborado pelos parceiros do Mercosul buscava marcar posição contra o regime, mas o Brasil insistiu em condicionar sua adesão à inclusão de um trecho que responsabilizasse forças internacionais pela instabilidade regional. A exigência foi interpretada como resistência em apoiar medidas de pressão adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já aplicou sanções e ações militares contra embarcações venezuelanas.
O episódio ocorre em meio a uma nova rodada de sanções anunciadas por Washington contra familiares de Maduro e de sua esposa, Cilia Flores. As medidas, divulgadas na sexta-feira (19), ampliam o cerco ao regime e reforçam a estratégia norte-americana de provocar mudanças políticas na Venezuela. Enquanto Milei defendeu a postura dos Estados Unidos, Lula classificou a situação como “catástrofe”, expondo mais uma vez o contraste entre governos alinhados à direita e a gestão petista.







