O governo federal anunciou um corte de R$ 42,3 bilhões no orçamento do Ministério da Educação ao longo dos próximos cinco anos, o que pode comprometer a expansão do ensino em tempo integral, uma promessa de campanha de Lula da Silva (PT). A medida faz parte de um pacote de ajuste fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas ainda precisa de aprovação no Congresso Nacional. Caso a proposta seja validada, recursos antes destinados ao ensino integral poderão ser redirecionados para outras áreas, criando incertezas sobre o futuro do programa.
Paralelamente, o governo pretende investir R$ 450 milhões na compra de terras para a reforma agrária, uma das principais demandas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O programa Terra da Gente, lançado em abril, já utilizou R$ 200 milhões do orçamento previsto e busca assentar milhares de famílias até 2026. Segundo o ministro Paulo Teixeira (PT), do Desenvolvimento Agrário, o governo encontrou R$ 1 bilhão em recursos adicionais para créditos de instalação e outras iniciativas relacionadas à reforma agrária.
Especialistas apontam que o corte na educação pode gerar impactos negativos em áreas como formação de professores, transporte escolar e obras de infraestrutura, já que o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) terá que absorver integralmente o financiamento do ensino integral. Enquanto isso, a destinação de recursos substanciais a movimentos que atuam contra a propriedade privada como o MST, contrasta com a redução de investimentos em educação.