O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), após voltar de férias, expôs nesta terça-feira (16) a existência de um rombo de R$ 32 bilhões nas contas públicas, resultado de renúncias não previstas na peça orçamentária de 2024. Haddad apontou que tais renúncias incluem R$ 12 bilhões destinados à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, R$ 4 bilhões para municípios com até 142,6 mil habitantes e R$ 16 bilhões vinculados ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
A desoneração da folha, mantida pelo Congresso após a derrubada do veto presidencial em dezembro de 2023, gerou um impacto nos cofres públicos, segundo o Ministro. Para enfrentar a situação, Haddad propõe seguir a abordagem da reforma tributária, extinguindo gradualmente os benefícios fiscais para evitar repercussões imediatas nos setores afetados.
Haddad discutiu o cenário com Lula (PT) e conversará com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O Congresso, por sua vez, já deu indícios de resistência à Medida Provisória proposta pela equipe econômica, reforçando dúvidas sobre a aceitação das soluções apresentadas pelo governo para equilibrar as contas públicas. O Ministro negou tensões entre o Executivo e o Legislativo, ressaltando o compromisso da equipe econômica em buscar um equilíbrio que atenda aos interesses do país como um todo, minimizando o impacto em setores específicos.