Integrantes de movimentos de esquerda invadiram na manhã desta quinta-feira (3) a sede do banco Itaú BBA, na Avenida Faria Lima, em São Paulo. O grupo, formado por militantes da Frente Povo Sem Medo, ocupou o prédio por cerca de duas horas, exibindo cartazes com frases como “Chega de mamata” e “Taxação dos super-ricos já”. A manifestação ocorreu um dia após Lula (PT) aparecer em evento público segurando um cartaz promovendo a chamada campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, o que acirrou os ânimos e foi interpretado por apoiadores como uma convocação direta.
Segundo a própria Frente Povo Sem Medo, o protesto é parte de uma pressão sobre o Congresso Nacional para aprovar medidas de aumento de impostos sobre as camadas mais ricas da população. Em nota, o grupo afirmou que os donos do Itaú “pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer”. O prédio ocupado, que foi comprado em 2023 por quase R$ 1,5 bilhão, simbolizaria, segundo os manifestantes, os privilégios mantidos por uma elite econômica blindada da carga tributária que recai sobre os mais pobres.
A movimentação ocorre em meio a tensões entre o Executivo e o Legislativo, após o Congresso derrubar iniciativas do governo para elevar arrecadação. Enquanto o Planalto tenta emplacar a narrativa da “justiça tributária”, há críticas crescentes sobre o uso político da retórica de confronto social. Lula, ao compartilhar nas redes o registro com o cartaz da campanha, escreveu: “Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso”. A ação dos manifestantes ocorre também em sintonia com um manifesto assinado por mais de 70 movimentos sociais de esquerda, que exige mudanças fiscais e acusa o Legislativo de proteger interesses da elite.