Em um gesto de aproximação, Lula (PT) estendeu um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para participar de uma confraternização de fim de ano, que possivelmente contou com um churrasco e uma cerveja na mesa, ou uma diversidade de cachaças, características das festas do PT. O evento, ocorrido na noite desta quinta-feira (21), reuniu ministros, assessores, líderes governamentais e amigos do presidente em uma atmosfera distante dos tensionamentos recentes.
Nos primeiros meses do ano, Campos Neto enfrentou críticas acirradas de Lula devido às decisões do Conselho Político Monetário (Copom), que, na época, resistia à redução das taxas de juros. O Copom, composto por diretores do Banco Central, tornou-se palco de divergências entre as políticas econômicas do governo e as estratégias do BC. Em um passado não tão distante, Campos Neto chegou a expressar sua frustração, lamentando a dificuldade de ser recebido pelos ministros do Palácio do Planalto.
No entanto, a situação parece ter evoluído, com a notícia de um encontro entre Campos Neto e o vice Geraldo Alckmin (PSB). Já que, no início de 2023, as especulações indicavam que Lula jamais se reuniria com o presidente do BC, agora testemunhamos pelo menos dois encontros entre os dois funcionários do Estado. Embora Campos Neto tenha afirmado em uma entrevista coletiva que vem mantendo diálogo frequente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), surge a incerteza sobre as implicações dessas relações mais amigáveis para as políticas monetárias e fiscais, especialmente à luz dos princípios que norteiam o governo.