O Ministério Público deve apresentar nesta segunda-feira (14) as alegações finais que pedem a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta liderança em um plano de ruptura institucional. O documento, elaborado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) como parte da ação penal que investiga os eventos associados ao chamado “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe. A medida ocorre em meio à crescente tensão internacional, agravada por declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apontou o processo contra Bolsonaro como exemplo de perseguição política.
De acordo com a acusação, Bolsonaro responde por cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado de Direito. Caso condenado, as penas combinadas podem ultrapassar 40 anos de prisão. O relatório da PGR será seguido pela manifestação do tenente-coronel Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e pelas defesas dos demais réus, que terão 15 dias para apresentar suas versões. O julgamento na Primeira Turma do STF está previsto para ocorrer a partir de setembro, com sessões extraordinárias já sendo consideradas pelo tribunal.
O endurecimento do cenário político coincidiu com um posicionamento incisivo de Trump, que comunicou ao governo Lula (PT) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em carta enviada ao Planalto, o presidente norte-americano alegou que a medida se deve a “centenas de ordens de censura” e a uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, em um momento em que o establishment está tentando afastá-lo da possibilidade de retornar à presidência, apesar de ser o favorito para o Planalto em 2026, segundo diversas pesquisas.








