A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, voltou a defender o uso de moedas locais nos financiamentos promovidos pelo banco do BRICS, afirmando que a prática reduz os custos com juros e dá mais segurança aos países tomadores de empréstimos. A proposta, no entanto, vem sendo criticada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que considerou a iniciativa prejudicial aos interesses americanos e ameaçou taxar países que adotarem políticas consideradas “antiamericanas”. A ofensiva de Dilma vai ao encontro da estratégia do ditador russo Vladimir Putin, que propôs a ampliação do uso de moedas locais nas transações comerciais entre os membros do grupo.
Durante um seminário realizado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Dilma afirmou que a ampliação do uso de moedas nacionais permitiria melhores condições de pagamento para os países emergentes, além de mitigar os riscos cambiais associados ao dólar e ao euro. Segundo ela, “uma das soluções mais promissoras envolve a ampliação do uso de moedas locais nos financiamentos realizados por bancos multilaterais, porque você obterá uma taxa de juros menor”. Atualmente, cerca de 25% da carteira do NDB já é operada em moedas locais, e a meta da ex-presidente é atingir 30% até 2026.
A ideia tem recebido apoio direto do regime de Putin, que reforçou a importância de um sistema financeiro alternativo ao modelo ocidental e sugeriu a criação de uma plataforma de investimentos própria para os países do BRICS e demais parceiros do ‘Sul Global’. Desde 2014, o NDB já desembolsou cerca de US$ 40 bilhões em 122 projetos, sendo US$ 4 bilhões destinados ao Brasil.
