O ministro Alexandre de Moraes, conhecido por decisões polêmicas, passou a ser alvo de questionamentos após relatos de contatos diretos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, envolvendo o Banco Master. Segundo informações do Jornal O Globo, Moraes teria abordado o dirigente da autarquia ao menos quatro vezes, três por telefone e uma presencialmente, em meio às análises sobre a possível venda da instituição ao Banco de Brasília (BRB). A operação não avançou e o Banco Master acabou liquidado pelo próprio Banco Central.
As conversas teriam incluído elogios de Moraes ao banqueiro Daniel Vorcaro, apontado como alvo de resistência dos grandes bancos. Galípolo, por sua vez, teria informado que técnicos identificaram fraudes em repasses de cerca de R$ 12,2 bilhões do Master ao BRB, inviabilizando a transação. Em nota oficial, Moraes negou qualquer tentativa de pressão e afirmou que suas reuniões com Galípolo trataram exclusivamente da Lei Magnitsky, aplicada contra ele e sua esposa entre julho e dezembro. O ministro também declarou que o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes não atuou na operação de aquisição.
O caso ganhou novos contornos com a descoberta de um contrato entre o Banco Master e o escritório da esposa de Moraes, prevendo pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027, totalizando cerca de R$ 130 milhões. A Polícia Federal encontrou o documento no celular de Vorcaro durante a Operação Compliance Zero, que levou à prisão preventiva do banqueiro. Além disso, Viviane Barci registrou aumento de 232% em seu patrimônio entre 2023 e 2024, saltando de R$ 24 milhões para R$ 79,7 milhões. No Congresso, parlamentares como Rogério Marinho (PL-RN) e Alessandro Vieira (MDB-SE) já defendem investigação formal sobre o episódio, que segue em segredo de justiça após decisão do ministro Dias Toffoli.










