O regime de Nicolás Maduro conquistou 23 dos 24 estados da Venezuela nas eleições regionais e legislativas deste domingo (25), conforme números divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão alinhado ao chavismo. A vitória quase absoluta ocorreu em um pleito sem a presença de observadores internacionais independentes e sob forte questionamento da comunidade internacional, que denuncia manipulação e repressão. A única exceção foi um estado entregue à oposição, em uma tentativa de conferir aparência democrática a um processo amplamente desacreditado.
A abstenção marcou o processo eleitoral, com uma participação oficial de apenas 42,6%, embora opositores afirmem que a adesão real foi significativamente inferior. A política María Corina Machado, que já articulou apoios aos processos eleitorais controlados por Maduro afirmou que “mais do que 85% dos venezuelanos desobedeceram ao regime e disseram não”, denunciando ainda ameaças a servidores públicos e repressão a eleitores. O bloco chavista Gran Polo Patriótico obteve 82,6% dos votos, número inflado pela ausência de adversários, que boicotaram o pleito após perseguições políticas e falta de garantias.
Além de governadores, os venezuelanos foram convocados para eleger deputados nacionais e regionais, em um total de 569 cargos. A eleição ocorre meses após as presidenciais de julho de 2024, nas quais Maduro se autodeclarou vencedor sem divulgar as atas oficiais do processo. Mesmo com crescente isolamento internacional, o regime chavista mantém controle quase absoluto sobre as instituições e a máquina estatal e a oposição continua fragmentada entre os que decidiram participar desta vez e os que preferem contestar o resultado da eleição anterior.