Por muito tempo, a camisa da Seleção Brasileira foi mais do que uma vestimenta esportiva. Ela representou o orgulho de um povo, o amor à pátria e a crença num futuro onde a identidade nacional não estaria à venda. Agora, sob o pretexto de “inovação comercial”, surgem rumores de que a tradicional camisa azul — segunda pele da Seleção desde 1958 — será substituída por um novo uniforme… vermelho. A notícia, ainda que não oficial, já causou a legítima indignação de milhões de brasileiros. E com razão. O vermelho, nesse contexto, não é apenas uma cor: é um símbolo político — e um aviso sutil, porém inquietante, de que o comunismo respira no nosso cangote.
O discurso de que se trata apenas de uma escolha de marketing, feita por uma marca global como a Jordan — braço da própria Nike —, não convence quem está atento ao que acontece no Brasil e no mundo. Não se trata de paranoia. Trata-se de reconhecer padrões. A imposição simbólica de ideologias pela cultura de massa é uma estratégia antiga de regimes autoritários. Primeiro ocupam os símbolos, depois as instituições. Em seguida, o povo já não reconhece nem o espelho. O vermelho da camisa pode ser apenas o começo.
Não se pode dissociar essa suposta mudança de uniforme do atual contexto político nacional. Estamos às portas de mais uma eleição presidencial, com um governo acuado por índices de rejeição altíssimos e pela incapacidade de entregar soluções aos brasileiros. Lula, cuja trajetória está entrelaçada com o Partido dos Trabalhadores e sua cor vermelha, sabe que precisa criar mecanismos de ressignificação da imagem do PT. O futebol, paixão nacional, é o veículo perfeito para isso. Se o povo se acostuma a aplaudir de vermelho nos estádios, talvez não estranhe tanto vê-lo no Planalto por mais um mandato.
O estatuto da CBF é claro ao restringir as cores dos uniformes às existentes em sua bandeira: verde, amarelo, azul e branco. A exceção, somente em ocasiões comemorativas, precisa de aprovação da diretoria. Não é o caso aqui. Se for confirmado que a camisa vermelha substituirá a tradicional azul como segundo uniforme, estaremos diante de uma violação deliberada não apenas das normas esportivas, mas de um símbolo da identidade brasileira. Mais que isso: estaremos diante de uma tentativa de normalizar o uso de símbolos historicamente associados a regimes autoritários e assassinos.
A história já nos ensinou a não subestimar sinais. A União Soviética caiu, mas a mentalidade totalitária sobrevive. Putin transformou a Rússia num estado de repressão. A Venezuela arruinou-se sob o vermelho do chavismo. Cuba segue algemada por uma elite vermelha que há décadas não permite ao povo sequer escolher seu futuro. O Brasil não pode se dar ao luxo de repetir esses caminhos, mesmo que o primeiro passo pareça ser apenas uma mudança de uniforme.
A reação de figuras como o senador Flávio Bolsonaro, o líder do PL no Senado e Carlos Portinho não foi exagerada. Foi necessária. Quando o Estado, aliado a empresas globais, começa a usar o futebol como plataforma para doutrinação simbólica, é preciso soar o alarme. A neutralidade do esporte está sendo sequestrada. Não é sobre estética. É sobre liberdade.
Os brasileiros não são ingênuos. As redes sociais reagiram com contundência: 90% das menções à suposta nova camisa foram negativas. A rejeição popular ao vermelho é também um grito por independência, por soberania, por respeito à história. A camisa da seleção não pertence ao partido A ou B. Ela pertence ao povo. E o povo, mais uma vez, mostrou que sabe o que quer (pelo menos, esportivamente) — e, principalmente, o que não quer.
Em tempos em que ideologias radicais tentam se disfarçar de tendências de moda ou estratégias de marketing, é dever de todos que ainda prezam pela democracia — a verdadeira, não a de fachada — resistir. A camisa da seleção pode ser feita de tecido, mas o que ela representa é feito de alma. E o Brasil, esse sim, jamais será vermelho.