A decisão da Justiça do Distrito Federal de abrir um inquérito para investigar o soldado israelense Yuval Vagdani, gerou forte repercussão no Brasil e em Israel. Acusado por um tribunal brasileiro por crimes de guerra na Faixa de Gaza, Vagdani conseguiu deixar o país neste domingo (5) após ser informado da determinação judicial enquanto estava de férias na Bahia. A investigação foi solicitada por advogados brasileiros com base em tratados internacionais, como a Convenção de Genebra, que obriga os países signatários a reprimir crimes desse tipo, mesmo quando cometidos fora de seus territórios.
O caso despertou críticas contundentes entre líderes políticos. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, se estivesse na Presidência, o soldado israelense seria recebido com “honras” no Planalto, classificando-o como “soldado do povo de Deus”. Bolsonaro acusou Lula da Silva (PT) de omissão e sugeriu que o governo petista favorece “ditadores”. Do lado israelense, o líder da oposição, Yair Lapid, condenou a situação, classificando-a como uma “falha política monumental” e alertando para os riscos enfrentados por soldados das Forças de Defesa de Israel ao viajarem ao exterior.
Enquanto isso, o chanceler Gideon Saar destacou que Israel não deve permitir que seus soldados sejam intimidados no cenário internacional, enquanto aliados do soldado consideram a acusação injusta. Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas a decisão de investigar o militar já provocou tensões nas relações bilaterais.