Em uma tentativa de incrementar a arrecadação em meio à crise econômica, o governo federal adotou uma medida peculiar: recolher as moedas atiradas nos espelhos d’água dos palácios presidenciais em Brasília. A nova regra, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (19), estabelece que o dinheiro acumulado será contabilizado semestralmente e destinado ao Tesouro Nacional por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU). Segundo a portaria, moedas com valor histórico ou cultural serão enviadas ao Museu de Valores do Banco Central para análise.
A decisão coincide com o período de ajuste fiscal do governo Lula, mas é vista como pouco relevante para as contas públicas, dada a quantia irrisória envolvida. Em contraste, no final de 2022, a então primeira-dama Michelle Bolsonaro recolheu R$ 2.213,55 do espelho d’água do Palácio do Alvorada e doou o montante para a caridade.
Além da arrecadação financeira, a portaria prevê maior transparência ao processo, com a divulgação dos valores recolhidos no portal de dados abertos da Presidência da República. Moedas estrangeiras serão convertidas em reais sempre que possível, enquanto aquelas fora de circulação receberão tratamento especializado.