A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou a decisão do Banco Central anunciada na quarta-feira (20) de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 10,75%. Hoffmann acusou o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, de desacelerar a economia ao reduzir os juros “a conta-gotas”, em relação ao sexto corte consecutivo da taxa que serve para frear a inflação.
A diminuição da Selic a coloca no menor nível desde março de 2022, decisão tomada por unanimidade no Copom (Comitê de Política Monetária). O Banco Central comunicou que a próxima reunião, em maio, será a última com uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic, após manter a taxa alta por um ano para controlar a inflação. Lula, do PT, expressou sua discordância: “Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25%. Não existe nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária. Não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”, afirmou em entrevista ao SBT.
Desde que assumiu a Presidência em 2023, Lula tem criticado os juros elevados e defendido taxas mais baixas para estimular a economia. Além disso, a presidente do PT desaprovou as movimentações políticas de Campos Neto para garantir a autonomia financeira e orçamentária do Banco Central, uma proposta controversa que tem gerado debates no cenário político brasileiro. “O BC é uma autarquia. Vem o Campos Neto dizer que quer autonomia financeira. Ele quer ser o quê? Um banco privado? O Roberto Campos Neto já está no fim do mandato, devia terminar o mandato tranquilo”, declarou petista recentemente à CNN.