O presidente do Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, Dani Dayan, lançou críticas à delegação de Israel nas Nações Unidas pelo uso de estrelas amarelas durante uma reunião do Conselho de Segurança. As estrelas amarelas são um símbolo da perseguição nazista aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Dayan expressou seu desagrado em relação à ação, considerando-a uma “desonra” às vítimas do Holocausto e ao Estado de Israel. Ele afirmou em uma postagem na rede social X: “Lamentamos ver os membros da delegação israelense na ONU usando um distintivo amarelo. Este ato desonra tanto as vítimas do Holocausto como o Estado de Israel. A mancha amarela simboliza o desamparo do povo judeu e o fato de estar à mercê dos outros. Hoje temos um país independente e um Exército forte. Somos donos do nosso destino. Hoje colocamos uma bandeira azul e branca na lapela, não uma mancha amarela.”
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas impuseram que os judeus na Alemanha e em alguns países europeus ocupados usassem estrelas amarelas em suas roupas como parte de um programa de perseguição que culminou no Holocausto, no qual seis milhões de judeus foram assassinados.
Durante um debate na segunda-feira (30) sobre a subsequente guerra de Israel na Faixa de Gaza, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, e outros delegados da delegação israelense usaram estrelas amarelas com as palavras “nunca mais” escritas em suas roupas. O uso desse símbolo provocou debates intensos, ressaltando a sensibilidade das comparações com o Holocausto.
Dani Dayan é conhecido internacionalmente por seu papel de liderança nos assentamentos israelenses e é considerado um dos principais representantes desse movimento. Em 2015, ele foi nomeado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para ser o embaixador de Israel no Brasil, uma nomeação que gerou controvérsia e protestos de movimentos sociais brasileiros que alegavam violações dos direitos humanos nas comunidades palestinas devido às ações e opiniões de Dayan em relação aos assentamentos na Cisjordânia.
Após sete meses de impasse, Netanyahu anunciou em março de 2016 que Dayan seria nomeado cônsul-geral de Israel em Nova York, encerrando assim a crise diplomática.