O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais realizadas no domingo. Segundo os resultados oficiais, Maduro obteve 5.150.092 votos, equivalente a 51,20%, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, ficou com 44,2%, obtendo 4.445.978 votos. O processo eleitoral foi marcado por denúncias de irregularidades, incluindo intimidação de eleitores, expulsão de fiscais da oposição das seções eleitorais e manobras do chavismo para evitar que as pessoas votassem. Após o fechamento das seções eleitorais, o Ministro da Defesa, Padrino López, afirmou que o que estava em jogo era a suposta paz proposta pelo regime de Maduro e a violência atribuída pela ditadura à oposição. Padrino López ameaçou quem tentasse protestar contra o resultado oficial, enquanto parabenizou as Forças Armadas da Venezuela, dizendo: “missão cumprida, vamos pela paz, vamos por novas vitórias, parabéns”.
A empresa de pesquisa Meganálisis, conhecida por sua independência, havia divulgado uma pesquisa de boca de urna às 15h (de Venezuela) mostrando uma vantagem substancial para González, com 65,80% dos votos, em contraste com os 14,50% de Maduro. Essa discrepância chama atenção sobre a transparência do Conselho Nacional Eleitoral, que é dominado por ex-ministros de Maduro e outros ex-integrantes do partido do ditador. Durante a noite eleitoral, e antes de ser anunciado o resultado oficial, o chefe de campanha de Maduro e Presidente do Congresso da Venezuela, incentivou os apoiadores a celebrarem em frente ao Palácio Presidencial, marcando também o aniversário de Hugo Chávez, o que foi visto como uma tentativa de manipulação simbólica do evento por parte da autoridade eleitoral.
Em várias partes do mundo, milhares de venezuelanos protestaram em cidades como Miami e em diversas cidades brasileiras, denunciando a exclusão de eleitores expatriados do processo eleitoral, enquanto a reação internacional oficial foi marcada por cautela, com Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, afirmando que “os Estados Unidos apoiam o povo da Venezuela que expressou sua voz nas eleições presidenciais de hoje”. Ao mesmo tempo, autoridades brasileiras, incluindo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, expressaram preocupação com a instabilidade política no país e seus possíveis impactos na região que sente a crise de refugiados venezuelanos, principalmente no estado de Roraima.