O cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas entrou em crise após o anúncio de que os terroristas não libertariam novos reféns, descumprindo o acordo em vigor desde janeiro. A decisão foi comunicada pelo Hamas na segunda-feira (10), sob a alegação de que Israel teria violado os termos da trégua ao atacar posições palestinas e restringir a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que a suspensão da libertação dos reféns representa uma “violação total do acordo” e ordenou que o exército entrasse em estado de alerta máximo.
A escalada de tensão ocorre em meio à proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu que a Faixa de Gaza fosse transferida para controle americano e reconstruída, com a realocação forçada dos palestinos para países vizinhos. O governo de Israel recebeu positivamente a ideia, enquanto o Hamas e a Autoridade Palestina na Cisjordânia rejeitaram a medida. Além disso, familiares dos reféns israelenses expressaram preocupação com os impactos dessa nova crise nas negociações para a libertação dos sequestrados.
Até o momento, 16 dos 33 reféns incluídos na primeira fase do acordo foram libertados, enquanto o Hamas ainda mantém pelo menos 76 israelenses em cativeiro, dos quais 35 podem estar mortos. O grupo terrorista matou 1.200 pessoas e sequestrou outras 251 durante o ataque de 7 de outubro. A nova fase do cessar-fogo deveria durar seis semanas, mas a decisão do Hamas de interromper a libertação dos reféns pode comprometer as negociações e levar à retomada do conflito armado na região.