O ex-presidente Michel Temer defendeu que a questão da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro seja resolvida por meio de um “pacto nacional”. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, Temer afirmou que um grande acordo, envolvendo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, além da sociedade civil e da oposição, é a única maneira de evitar um confronto entre os Poderes.
Segundo Temer, a decisão não pode partir de um único Poder. Ele alertou que, mesmo que a anistia seja aprovada pelo Congresso, é provável que o Supremo Tribunal Federal (STF) a considere inviável, uma posição que, para ele, já vem sendo sinalizada em diversas manifestações. Como alternativa, ele propõe que o próprio STF reavalie a dosimetria das penas dos condenados. Segundo Temer, uma nova “dosagem” das penas, com a substituição de parte delas por serviços comunitários, seria uma solução mais “tranquila” e conciliatória.
O ex-presidente também comentou sobre a pressão que o presidente da Câmara, Hugo Motta, vem sofrendo em relação ao tema. Temer disse que, se estivesse no lugar de Motta, consultaria o colégio de líderes da Casa para decidir a melhor forma de proceder.
A discussão sobre a anistia ganhou força com a existência de pelo menos três propostas no Congresso. Há sinais de que a cúpula do Legislativo e o Palácio do Planalto poderiam considerar uma “anistia light”, que não incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado recentemente a mais de 27 anos de prisão.