Durante evento com investidores na segunda-feira (18), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugeriu que o Brasil ofereça “alguma vitória” ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como estratégia para aliviar o tarifaço de 50% imposto sobre produtos brasileiros. A proposta, segundo ele, poderia envolver gestos econômicos, como a suspensão da compra de diesel da Rússia ou o estímulo a investimentos brasileiros em território norte-americano. No entanto, Tarcísio evitou mencionar o principal ponto de pressão do governo Trump: a permanência de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).
O Departamento de Estado dos EUA publicou críticas diretas ao ministro Moraes, classificando-o como “tóxico” e alertando empresas e indivíduos sobre os riscos de manter relações com ele. A reação veio após decisão do ministro Flávio Dino (STF), que reafirmou que leis estrangeiras não têm efeito automático no Brasil, em “defesa da soberania nacional”. Moraes, por sua vez, declarou ao jornal The Washington Post que não recuará “nem um milímetro” na condução das ações sobre a suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de reconhecer que medidas paliativas como liberação de créditos tributários não resolvem o impacto do tarifaço, Tarcísio não abordou a pressão internacional sobre o STF, nem a postura do Governo Lula (PT), que tem evitado abrir canais de negociação com o governo Trump para abordar as causas profundas da crise. O governador também não mencionou as denúncias de violações aos direitos humanos apresentadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, que têm sido usadas como justificativa para sanções adicionais.