Em um discurso por videoconferência na cúpula dos BRICS, realizada na Rússia, Lula da Silva (PT) voltou a atribuir aos países ricos a maior responsabilidade pela crise climática global. Segundo ele, as nações desenvolvidas, com seus históricos de emissões de carbono, são as principais responsáveis pelos efeitos das mudanças climáticas. Lula destacou que o compromisso de destinar US$ 100 bilhões anuais para o combate à crise não foi cumprido e que é necessário ir além dessa promessa.
Lula também defendeu que os países emergentes devem assumir um papel ativo na contenção do aumento da temperatura global, buscando limitar o aquecimento a 1,5°C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris. Ele pediu uma revisão nas relações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, alegando que são necessárias “relações menos assimétricas” para avançar de forma mais justa e eficaz no combate à crise climática.
A fala de Lula ocorre em meio ao agravamento da crise ambiental no Brasil, onde a Amazônia e o Pantanal enfrentam as piores queimadas dos últimos 20 anos, segundo dados da União Europeia. As emissões de carbono nessas regiões atingiram níveis recordes, mas o governo federal tem evitado relacionar diretamente essas queimadas às suas políticas ambientais. Organizações internacionais alertam que as condições extremas de temperatura e seca no país têm potencializado os incêndios, piorando a qualidade do ar em toda a América do Sul e as ações do Governo Federal parecem ser insuficientes para conter o problema das queimadas.