O Ministério dos Povos Indígenas vai contratar, por R$ 185 milhões, uma empresa de locação de aeronaves para transportar alimentos à terra Yanomami. O povoado enfrenta uma crise humanitária sem precedentes. Mas estamos diante de uma decisão polêmica da pasta comandada por Sônia Guajajara: não houve sequer licitação de tal serviço. A justificativa para tanto foi “devido à necessidade premente sofrida pelos povos Yanomami” e “salvaguardar tais direitos”. Em 2023 foram registradas 363 mortes, 20 a mais na comparação com o ano anterior.
Desde o início da força tarefa federal, em janeiro do ano passado, o transporte das cestas básicas é feito pelas Forças Armadas em caráter emergencial. Mas os militares vão deixar essa atividade no mês que vem porque essa é uma ação de responsabilidade do ministério em questão.
Outra situação considerada grave são os garimpeiros irregulares no local. Ações recentes não deram conta de resolver o problema. Tanto as invasões quanto a contaminação de rios são frequentes. Mas fica aqui o seguinte questionamento: Nem mesmo uma pasta desse porte parece capaz de resolver um problema que se tornou nítido às vistas de todos? Bem, a reposta foi dada agora, na prática, pela administração petista.
Sônia Guajajara, ao que tudo indica, se mostra inabilitada para permanecer à frente do MPI. Não licitar um serviço de milhões, já sabendo com antecedência desta retirada do Exército, cria um ambiente pouco favorável à ministra.
O povo Yanomami precisa de uma solução.
Honrar o cocar nunca se fez tão necessário.