Parece não haver limites para a imaginação de boa parte das lideranças do PT. O problema é que não se trata de tocar adiante uma agência de publicidade – em que o sucesso possa ser determinado pela criatividade. O partido está a frente de desafios reais na condução de uma das maiores economias do planeta.
Pois bem, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu que o Congresso Nacional passe a tratar do tema da redução da jornada de trabalho semanal. Marinho ainda reforçou que há experimentos no Brasil com empresas no modelo de quatro dias por semana. O assunto, diz ele, ainda não foi tratado com o presidente Lula: “Eu acredito que passou da hora. É a minha opinião, não de governo. Mas tenho certeza que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Parlamento analise a possibilidade de redução da jornada sem redução dos salários.”
O ministro defendeu a ideia em uma audiência pública no Congresso e ainda reforçou: “Eu acho que a economia brasileira suportaria”. Marinho talvez se esqueceu de olhar para trás, em um passado recente de pandemia, no qual a economia do brasileiro sobreviveu graças ao trabalho do agronegócio e de uma equipe econômica que soube lidar com o momento mais delicado deste século. Não há mágica quando se trata de crescimento, retomada ou prosperidade. O trabalho, que compõe o nome do partido e a pasta gerida hoje pelo petista, deve ser o carro-chefe da atual administração.
Para se chegar a 4 dias de jornada, é preciso percorrer um longo caminho com investimentos em educação, capacitação, tecnologia e redução da carga tributária sobre o empregador. Certamente o ministro teve uma infelicidade em um momento de certo improviso no discurso. Vamos pensar assim.