A Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação minuciosa para rastrear a origem dos R$ 17 milhões em doações que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu por meio do sistema Pix. O objetivo dessa investigação é determinar se as transações estão ligadas a atividades fraudulentas ou lavagem de dinheiro. Apesar dessas alegações, a defesa de Bolsonaro sustenta que as doações são legítimas e provêm de apoiadores que buscavam financiar gastos relacionados a multas e processos legais.
A PF, em busca de esclarecimento, recorrerá a uma série de métodos, incluindo uma análise detalhada dos registros financeiros e fiscais do ex-presidente, bem como da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Essa autorização foi concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Além disso, a PF irá colaborar com o Ministério Público para acessar o Sistema de Investigação de Movimentações Interbancárias (Simba).
O Simba, criado em 2007, atua como intermediário para fornecer informações criptografadas que permitem uma investigação mais ágil e eficaz, em comparação com os métodos tradicionais baseados em papel. O sistema conecta os dados do investigado cujo sigilo bancário foi levantado, as instituições bancárias e as autoridades, simplificando o processo de análise.
Os investigadores se propuseram a rastrear minuciosamente cada um dos números de CPF (Cadastro de Pessoas Físicas, equivalente ao número de segurança social) dos doadores para verificar a legitimidade das doações. Existe a hipótese de que alguns doadores possam ser fictícios e estejam sendo utilizados para mascarar dinheiro em espécie obtido por meio da venda de joias no exterior.
Na semana passada, Bolsonaro depositou em uma conta judicial R$ 913 mil para quitar multas impostas pelo governo de São Paulo devido ao seu não cumprimento do uso de máscaras. Essas multas desencadearam uma campanha de arrecadação de fundos entre seus apoiadores.