A Polícia Federal intensificou as investigações para identificar brasileiros que desafiaram a censura imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, ao utilizarem a rede social X (antigo Twitter) após o bloqueio estabelecido no fim de agosto. A plataforma foi suspensa no Brasil por descumprir a lei que exige um representante no país e por ignorar decisões judiciais de remoção de perfis investigados, consideradas ilegais pelo dono da plataforma Elon Musk e defensores da liberdade de expressão no Brasil. A ação policial visa localizar e responsabilizar usuários que continuaram postando na rede, utilizando recursos como VPN para contornar a proibição.
Entre os alvos da investigação estão parlamentares bolsonaristas que publicaram reiteradamente na rede social após a data do bloqueio. Deputados como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP), além do senador Marcos do Val (Podemos-ES), estão na mira da PF. Em uma de suas postagens, Eduardo Bolsonaro desafiou abertamente Moraes, afirmando: “Estou postando no X, escrevendo do Brasil. De acordo com a nossa constituição, um comportamento que era legal até ontem não pode ser considerado ilegal hoje por decisão de um juiz”.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou ao STF que a suspensão do serviço foi deliberadamente desrespeitada pela plataforma X, que migrou seus servidores para um novo IP para driblar o bloqueio das operadoras. O ministro Moraes estabeleceu uma multa diária de R$ 5 milhões pelo descumprimento, e a PF continua monitorando o uso da rede, focando em perfis que supostamente disseminam desinformação, o que é entendido pelos conservadores como uma censura imposta contra quem posta conteúdos favoráveis à direita.