Centenas de palestinos tomaram as ruas de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, para protestar contra o Hamas e exigir o fim da guerra. Os manifestantes entoaram frases como “Fora, fora, Hamas” e “Queremos viver em paz e segurança”, em um raro ato público de oposição ao grupo terrorista que governa o enclave desde 2007. A marcha, registrada em vídeos divulgados nas redes sociais, ocorreu em meio à destruição provocada pelo conflito e ao retorno de moradores que haviam fugido para o sul.
A manifestação ganhou força em um momento de escalada da resposta israelense, que retomou ataques a Gaza no dia 18 de março após um cessar-fogo de dois meses. Durante esse período, o Hamas libertou parte dos reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas em Israel. Segundo fontes palestinas ligadas ao Fatah, a mobilização popular em Beit Lahia foi descrita como uma “marcha de raiva”, refletindo o crescente descontentamento com o grupo islâmico e a pressão por mudanças na região.
A reação de jornalistas alinhados ao Hamas demonstrou a tentativa de controlar a narrativa sobre os protestos. Alguns evitaram reportar o episódio, enquanto outros tentaram apresentar as manifestações como uma condenação das ações de Israel. No entanto, os vídeos amplamente compartilhados confirmaram os gritos de “Fora, Hamas”, evidenciando a insatisfação da população local. A oposição ao grupo, embora rara devido ao medo de represálias, mostra sinais de crescimento à medida que o conflito se prolonga e as condições de vida em Gaza pioram.
