A oposição venezuelana tenta reviver a estratégia falha de Juan Guaidó com o intuito de enfraquecer o regime de Nicolás Maduro no cenário internacional. Edmundo González, ex-candidato que obteve uma ampla vitória nas urnas, anunciou seu retorno à Venezuela até 10 de janeiro para assumir a presidência, mas enfrenta a resistência do regime de Maduro, que controla as forças militares e promete detê-lo. A ação de González busca criar uma sombra sobre o regime, assim como fez Guaidó em 2019, quando se proclamou presidente e recebeu apoio internacional, mas optou por negociar com o líder do tráfico internacional Diosdado Cabello, fingindo um governo interino em troca do controle de ativos financeiros venezuelanos, conforme vídeos da reunião divulgados por diversos veículos de comunicação.
Eduardo Bittar, que integra a resistência venezuelana contra o regime e teve colegas como Óscar Pérez, assassinado pela ditadura, e o capitão Juan Carlos Caguaripano, preso e torturado, criticou a estratégia da coordenadora de campanha de González, María Corina Machado. Para Bittar, ela tenta “relançar o show de Guaidó”, o que ele classificou como uma “palhaçada”, destacando a frustração dos venezuelanos com tentativas anteriores que falharam em derrubar o regime, e que desta vez colocam a esperança nas ações de Machado, que se apresenta como uma liderança diferente, apesar de ter feito parte da tentativa de Guaidó em 2019.
Enquanto isso, Maduro se prepara para reagir com força total, mobilizando suas forças armadas e outras instituições do Estado para manter o controle. A resistência interna e a repressão militar indicam que qualquer tentativa de González de retornar ao país será respondida com a mesma determinação que manteve Maduro no poder. A comparação com Guaidó é inevitável, já que em ambos casos Guaidó e González desenharam um plano contra o regime com os mesmos protocolos, porém, desta vez Maduro encontra-se mais fortalecido, com a prisão ou assassinato de militares que poderiam derrubá-lo, além da consolidação de alianças estratégicas com grupos terroristas como Hezbollah e as FARC da Colômbia, bem como com os regimes da Rússia e do Irã que o protegem.