A prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no sábado (22), provocou reação imediata da oposição no Congresso. Parlamentares ligados ao ex-presidente se mobilizaram para exigir que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque em pauta o projeto de lei que trata da anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A avaliação é de que o encarceramento cria um “fato novo” e fortalece o argumento de urgência para que o texto seja votado.
O movimento da oposição busca transformar a comoção em torno da prisão em apoio político para ampliar as chances de aprovação da proposta. Até agora, não havia votos suficientes para garantir uma anistia ampla, capaz de beneficiar diretamente o ex-presidente. Ainda assim, líderes conservadores acreditam que o episódio pode alterar o cenário e pressionam Hugo Motta a acelerar o processo. O relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), foi procurado por parlamentares, mas sinalizou que só se manifestará após reunião com o presidente da Câmara.
Além da pressão pela votação, a oposição prepara nova obstrução nas atividades da Câmara dos Deputados. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o bloco não participará de nenhuma deliberação, incluindo a análise do Orçamento de 2026, até que o projeto de anistia seja pautado. Essa será a segunda obstrução promovida em nome da medida, repetindo a estratégia adotada em agosto, quando deputados bolsonaristas ocuparam o plenário em reação à prisão domiciliar de Bolsonaro.
