A estatal de petróleo Adnoc, de Abu Dhabi, formalizou uma proposta de R$ 10,5 bilhões à Novonor para a aquisição do controle da Braskem, empresa que está à venda há anos. A transação é de suma importância para a Novonor, que enfrenta problemas após as investigações da Lava Jato, encontrando na venda da Braskem uma possível saída. Contudo, o cenário torna-se mais complexo diante da agravante crise ambiental em Maceió (AL), onde a Braskem mantém operações.
A petroquímica Braskem, uma joint venture entre Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras, representa uma gigante na produção de plásticos, com faturamento anual de R$ 96 bilhões. A Adnoc busca consolidar sua posição com a proposta, enquanto a Petrobras, também mencionada na Lava Jato, e hoje de volta às mãos de Lula (PT), considera aumentar sua participação na empresa, evidenciando um cenário duvidoso que poderia conectar novamente os investigados em um dos maiores esquemas de corrupção do mundo, embora a Justiça tenha desmontado o processo.
Além das complexidades comerciais, a gestão do contrato entre a Braskem e a MTSul Construções, sob responsabilidade de um ex-diretor da Odebrecht envolvido em casos de corrupção, ganha destaque. O acordo, destinado ao preenchimento das minas de sal-gema em Maceió, é associado ao afundamento do solo na região. Diante desse panorama, a venda da Braskem torna-se não apenas uma negociação financeira, mas também suscita dúvidas sobre as implicações ambientais e éticas envolvidas no processo.