O regime de Nicolás Maduro acusou o Brasil de violar sua própria Constituição ao interferir nos assuntos internos da Venezuela. Em comunicado divulgado neste sábado (2), o chanceler venezuelano Yván Gil, em nome da ditadura de Maduro, classificou as ações do Itamaraty como “agressão descarada e grosseira”, além de denunciar uma “campanha sistemática” contrária aos princípios das Nações Unidas. A crise diplomática entre Brasil e Venezuela se intensifica, em meio a provocações infundadas do governo venezuelano.
Em resposta à escalada de tensões, o Itamaraty publicou uma nota oficial, expressando surpresa com o “tom ofensivo” adotado por Maduro, que, segundo o governo brasileiro, optou por “ataques pessoais e escaladas retóricas” ao invés de buscar diálogo político e diplomático. A declaração reforçou que o Brasil respeita “plenamente a soberania de cada país” e que os recentes ataques vão contra a postura respeitosa que o Brasil mantém com a Venezuela e seu povo. O episódio mais recente envolve uma postagem da Polícia Nacional Bolivariana, que, antes de ser apagada, exibia uma imagem sugestiva com a bandeira do Brasil e a frase “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”.
A crise se agravou após o Brasil vetar a entrada da Venezuela no Brics, ação que foi interpretada por Maduro como uma “agressão inexplicável” e uma reprodução da “intolerância” do governo anterior de Jair Bolsonaro (PL), segundo o comunicado venezuelano. A situação levou Caracas a convocar seu embaixador em Brasília, acirrando ainda mais as tensões diplomáticas.