O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, proibiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder entrevistas, sob o argumento de que isso violaria a decisão anterior que o impede de utilizar redes sociais, mesmo por intermédio de terceiros. A medida impediu uma entrevista ao vivo que seria transmitida pelo canal do portal Metrópoles, cancelada minutos antes de ir ao ar. Segundo o jornal, Bolsonaro desistiu por “medo de ser preso”. No despacho, Moraes incluiu entrevistas como formas de burlar a proibição vigente.
Enquanto isso, Lula da Silva (PT) defendeu em evento no Chile uma regulamentação das plataformas digitais, reforçando a retórica de que a liberdade de expressão precisa ser limitada em nome da proteção dos cidadãos. Para Lula, a regulação serviria para combater discursos que, segundo ele, incitam o ódio e atentam contra o Estado Democrático de Direito. A fala ocorreu após reunião internacional sobre ‘democracia’, na qual se discutiu a atuação estatal nas redes.
Também na segunda-feira, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, defendeu medidas de controle sobre o ambiente digital durante palestra na OAB do Ceará. Barroso criticou o que chamou de “tribalização” promovida por algoritmos, e voltou a afirmar que as plataformas digitais contribuem para a radicalização e circulação de desinformação. Para ele, a queda da mídia tradicional teria deixado espaço para narrativas fragmentadas, reforçando a decisão recente do Supremo que responsabiliza redes sociais pelo conteúdo de seus usuários.